NEWSLETTER DO BETO SILVA (90)
OS TALENTOSOS MULTITALENTOSOS / OTÁRIO ELEITORAL GRATUITO / A ARTE DO IMPROVISO
OS TALENTOSOS MULTITALENTOSOS
Admiro muito as pessoas multitalentosas. Essas que sabem fazer tudo, que tocam um monte de instrumentos, sax, violão, bateria, cantam, cozinham, dançam, sapateiam, correm a maratona, surfam, fazem drinques incríveis, manjam tudo de vinho, pintam e bordam.
Então fiquei pensando no assunto: E eu, o que é que eu sei fazer?
Não toco nenhum instrumento, já tive aulas de violão, mas só sei tocar “Preta, pretinha”, dos Novos Baianos, que são só dois acordes.
Cantar? Já cantei em shows e até em discos, mas não levo a sério esse meu talento. Nos shows dava pro gasto e no disco foi graças a tecnologia que conserta qualquer desafinação.
Não sei cozinhar, a minha aventura mais arrojada na cozinha foi fazer miojo para os meus filhos quando pequenos, também sei fritar ovo e fazer café, na máquina de Nexpresso, é claro.
Sapatear? Fala sério! Eu já tive até aulas de dança com a Debora Colker num dos shows do Casseta e acho que foi o desafio mais complicado que ela teve na vida. O pouco que aprendi, já esqueci.
Desenhar? Até levo um pouco de jeito, mas não passo de desenhar uns rostos razoáveis, nunca estou satisfeito com os cartuns que corajosamente esboço e até publico de vez em quando por aqui. Normalmente as ideias são melhores que os desenhos.
Pintar? Não. Não pinto, não bordo, nem pinto e bordo.
Apreciador de vinhos? Bebo e acho tudo muito parecido, mas decorei o nome de algumas uvas para não passar por total ignorante no assunto.
Colecionador? Só figurinhas da Copa do Mundo. Já tentei colecionar um monte de coisas, mas desisto rápido. A minha maior coleção é a coleção de coleções abandonadas.
Futebol? Sim! Joguei bastante e joguei bem. Adorava! Mas como se pode ver pelo tempo verbal, é coisa do passado. Não jogo mais, meu joelho tá fodido e minha coluna não aguenta o tranco.
Correr a maratona? Impossível. Nem a meia-maratona, nem um quarto de maratona, nem cem metros rasos!
Escalar o Everest? Hahaha. Atualmente tá difícil escalar a escada lá de casa!
Então, o que afinal de contas eu sei fazer? O que eu faço na vida, porra? Bom, eu leio livros. É isso. Uns 80 livros por ano. E depois esqueço a maior parte, alguns deles eu poderia até reler como se fosse a primeira vez.
Bom, é isso. Se eu quisesse impressionar uma pessoa mostrando todos os meus talentos, tudo o que sei fazer, eu me sentaria numa poltrona e leria um livro. Quem é que ia se impressionar com isso?
OTÁRIO ELEITORAL GRATUITO
NOTAS SOBRE HUMOR
A ARTE DO IMPROVISO
Existe uma vertente da comédia que são os shows de improviso. Um apresentador manda um tema qualquer e os comediantes precisam fazer na hora um esquete improvisado sobre o tema. É claro que os comediantes que fazem esse tipo de espetáculo são muito bons e normalmente tem experiência e sempre contam com algumas piadas na manga para usar no caso de nenhuma ideia vir a sua cabeça. Esses shows são muito divertidos.
Na verdade, todo humorista tem o improviso como uma arma, que ele usa sempre que algo diferente acontece, o que serve para arejar o seu número. As vezes o improviso é tão bom que acaba incorporado ao texto. Outras vezes é tão ruim que o cara fica sem dormir a noite por ter estragado o seu show.
Na política o improviso também é muito usado. Mas sem nenhuma técnica, sem experiência, sem cartas na manga, o improviso na política usa o conceito “vou falar o que vier na minha cabeça porque eu sou foda!”.
Existem diversos tipos de improviso na política. Quando FHC improvisava, por exemplo, ele usava a sua língua nativa, o sociologuês, e ninguém entendia os seus enormes improvisos.
Já Dilma usava uma técnica própria, ela falava coisas sem sentido, fazia frases de efeito sem efeito e, apesar de não ser uma comediante, seus improvisos acabavam ficando engraçados e até viravam memes.
Bolsonaro também não tem técnicas para improvisar, o que ele faz quando não tem o que dizer é repetir os mesmos bordões que sabe que a sua galera quer escutar. Ele se acha imbrochável quando improvisa.
Lula gosta muito de improvisar e está improvisando cada vez mais. Ele age como se tivesse com a sua galera num bar e manda o que a sua turma quer escutar. Seus improvisos mostram o quão improvisados são os seus conceitos sobre política, costumes, economia e até sobre improvisação.
A vantagem dos políticos sobre os comediantes é que, quando o político faz um improviso ruim, mesmo quando diz a maior boçalidade do mundo, ele não fica sem dormir a noite. Afinal qual é o político que perde o sono com alguma besteira que falou?
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