NEWSLETTER DO BETO SILVA (87)
TUITANDO SEM TWITTER / OTÁRIO ELEITORAL GRATUITO / MENOS É MAIS
TUITANDO SEM TWITTER
O Brasil está há alguns dias sem Twitter ou sem X, porque o Twitter não se chama mais Twitter, mas apenas X. De repente o Xandão do STF entrou numa contenda com o Elon Musk do X. O juizão deu um prazo pro Elon Musk cumprir suas ordens, o bilionário fez beicinho, desrespeitou a ordem e a rede social saiu do ar no Brasil. O único X que pode circular no Brasil é o do nome do juiz.
A discussão sobre a saída do ar do X rolou firme, uns dizendo que era censura, outros que era “bem-feito!”, que o Elon Musk mereceu. Todo mundo louco para postar a sua opinião no Twitter, sem poder. Muita gente xingando o Xandão, outros xingando o Elon Musk, mas tendo que xingar com CH porque X não pode no Brasil. Os tuiteiros mais antigos já estavam com raiva do Elon Musk desde que ele comprou o Twitter e mudou o nome da rede para X. Foi como alguém comprar a Coca-cola e mudar o nome do refrigerante. O verbo tuitar, tão bem bolado, que inventamos para dar nome as bobagens que postávamos no Twitter, deixou de fazer sentido. Mas o novo nome da rede nunca pegou. Todo mundo continuou chamando o X de Twitter. A não ser alguns marmanjos que entravam no XVídeos e diziam para as esposas que tinha sido por engano, que queriam acessar o X e erraram.
Assim que o X saiu do ar, surgiram outras redes para substituir o X/Twitter no Brasil. Apareceu uma tal de Bluesky e a Thread, que é do Zuckerberg. Ou seja, um monte de bilionário querendo pegar uma vaga para bilionário que abriu no Brasil.
Eu me inscrevi nessas duas redes e vi um monte de pessoas, refugiadas do Twitter, dizendo que ali era melhor, que a nova rede era menos tóxica e coisa e tal. Mas todo mundo de olho para ver se o X voltava para poder dar uma intoxicada básica de novo no X.
A gente fica tentando se lembrar como é que era a vida sem Twitter, pois, acreditem, isso já rolou! Antigamente o cara pensava uma coisa babaca e em vez de escrever no Twitter, contava para os amigos. Era melhor, porque a repercussão da sua ideia de merda era bem menor. Quando alguém queria sacanear uma celebridade, falar mal do ator global, denunciar a celulite da atriz ou então divulgar suas incríveis ideias políticas para o público, era obrigado a sair de casa e ir até o bar da esquina, onde ninguém dava bola para a boçalidade que a pessoa falava. O que o cara fazia? Voltava para casa para dormir.
A verdade é que, pensando bem, a vida sem Twitter é perfeitamente possível. Boa frase! Vou postar no Twitter! Ah, não dá mais! Caraca! Vou até o bar da esquina!
OTÁRIO ELEITORAL GRATUITO
NOTAS SOBRE HUMOR
MENOS É MAIS
A ideia de que menos é mais vale para quase tudo. Essa máxima, que pelo tamanho de seu enunciado deveria se chamar mínima, também é verdade quando estamos falando de Humor.
Eu pude confirmar essa ideia na prática algum tempo atrás. Postei no Facebook o seguinte:
“O Brasil já foi o país do carnaval, mas hoje tem gente querendo até acabar com o desfile, fora o funk que vem tomando o lugar do samba... O Brasil já foi o país do futebol, mas depois do 7x1... Então que tal colocar a seguinte placa no aeroporto:
"Bem-vindo ao Brasil, o país dos quebra-molas”?
A reação não foi muito boa, poucos acessos, escassas curtidas, dois comentários, sendo um deles sem sentido.
Assim que postei no Facebook, resolvi colocar a mesma ideia no X, ex-Twitter, mas achei melhor resumir. Ficou assim:
“Vinha dirigindo pela estrada quando pensei: o Brasil não é mais o país do futebol, agora deve ser o país dos quebra-molas!”
Centenas de curtidas e vários comentários, alguns deles até com sentido.
Nem vou discutir se as postagens eram mesmo engraçadas ou não, mas analisando as duas dá para concluir facilmente que a postagem do Twitter, bem menor, é uma peça de humor muito mais direta, objetiva e bem-acabada do que a que foi para o Facebook. E por isso conseguiu uma reação muito mais efetiva.
Um triunfo da concisão? Provavelmente. Mas existe também um outro fator. Porque para fazer a postagem no Twitter foi necessário elaborar melhor a frase para conseguir chegar ao âmago da ideia em menos caracteres. Se menos é mais em diversos aspectos, menos não é mais quando estamos falando de usar mais a cabeça, de gastar mais tempo e pensamento para produzir uma piada. Portanto, se muitas vezes menos é mais, as vezes mais é mais mesmo, outras horas menos é menos, mas quase sempre mais ou menos é mesmo mais ou menos!
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Boa!
Não vou sentir tanta falta do X
Mas sinto uma falta danada do insubstituível, programa Casseta e Planeta.
Isso é uma jóia rara:
"Antigamente o cara pensava uma coisa babaca e em vez de escrever no Twitter, contava para os amigos. Era melhor, porque a repercussão da sua ideia de merda era bem menor".
Muito bom, ri muito lendo! Abrs!