A NOVA DIETA DA HUMANIDADE
Eu sempre fui gordo. Em algumas épocas, quando estava com o peso mais controlado, eu era chamado de gordinho, cheinho, fofinho ou forte, sempre variando em torno de maneiras de lembrar que eu ainda estava acima do peso. Em épocas em que eu metia o pé na jaca, escancarava nos doces e nas massas, eu deixava de ser chamado por nomes fofinhos e entrava na área dos epítetos mais escrotos, digamos assim, coisas como Bolão, Baleia, Parrudo e congêneres. Era nestas épocas que eu partia para as dietas. Já encarei várias dietas, de vários tipos, dietas da moda e ultrapassadas, dietas com remédio e com força de vontade, dietas difíceis e fáceis, dietas pesadas e molezinhas. Algumas dietas deram certo, a maioria deu errado, umas funcionaram por um tempo, outras nem por um minuto. Mas, no final das contas, consegui controlar o meu peso razoavelmente, conseguindo permanecer há algum tempo naquela fase do gordinho, fofinho e coisa e tal.
As dietas vinham quase sempre depois que uma calça não fechava mais, uma camiseta que eu gostava ficava apertada ou simplesmente após uma boa olhada no espelho. Mas as vezes por motivos mais chatos: azia pra caramba, enjoos, mal-estar, gases, suores, cansaço ou ainda recomendações médicas, além do pior de todos: visitas indesejadas ao hospital.
Por que eu estou falando isso? Porque está na hora de a Humanidade fazer uma dieta. Não é o ser humano que está gordo, é a Humanidade. E quando a Humanidade, os 7 bilhões de seres humanos, ficam obesos como um todo, quem começa a se ferrar é o meio-ambiente, do mesmo jeito que nós gordos fazemos com o nosso organismo. Os médicos, que nesse caso são os cientistas do clima, já estão falando há algum tempo da obesidade da Humanidade. As visitas ao hospital já estão rolando: tempestades, enchentes, alagamentos, furacões, nível dos oceanos aumentando e invadindo as orlas das cidades litorâneas, rios transbordando, um monte de catástrofes naturais. A Humanidade, que já tinha se conformado em ser chamada de gordinha, cheinha, fofinha, já está se escondendo dos espelhos para não ver que já passou dessa fase. Há um bom tempo ela já está até sofrendo bullying e tendo que encarar uns apelidos mais “pesados” e politicamente incorretos como Balofa, Pudim de Banha ou Rolha de poço. Pois é, já passou da hora de a Humanidade encarar uma dieta!
NOTAS SOBRE LEITURA
ABANDONANDO LIVROS NO MEIO
As vezes estou lendo um livro e me pego pensando na vida, no carro que tá dando defeito, no vazamento que encharcou o banheiro, no vizinho chato que me chateou na véspera, penso em tudo menos na leitura que estou fazendo e quando vou ver, um capítulo inteiro passou e eu não tenho a menor ideia de que se tratava. Então penso: “A culpa não é do livro, é minha!”. Resolvo voltar atrás na leitura e começar de novo o capítulo. Mas logo me pego de novo pensando na vida, nos boletos, na porra do meu time que perdeu mais uma e me fez ser sacaneado pelo chato do vizinho! Então chego a conclusão de que não são os meus pensamentos que estão atrapalhando a leitura, dessa vez quem está atrapalhando é o livro mesmo que não engata. Quando é o carro que não engata, a solução é complicada, levar no mecânico custa tempo e trocar de carro está fora de cogitação. Mas em relação ao livro que não engata, a saída é fácil, é só abandonar a leitura e partir para o próximo livro da lista.
O problema é que eu sempre tive muita dificuldade em abandonar os livros no meio, isso doía em minha alma, ler o livro até o final era uma obsessão, mesmo que a leitura fosse infernal! Algumas vezes até agradeci por ter insistido na leitura de alguns livros que tinham um início difícil, mas que se revelavam maravilhosos depois de alguns capítulos. No entanto, a maior parte dos livros chatos não andam mesmo, sua leitura é penosa pra caramba e a única opção razoável é parar de ler, abandonar a leitura. Por algum tempo eu ainda enganava , fingia que ia só dar um tempo, que só pararia de ler o livro por uma semana, por um mês, depois retomaria. E lá ficava o livro por anos, com o marcador na página exata onde abandonei a leitura.
Hoje parei com isso. Não sou mais tão obcecado por ler os livros até o final de qualquer maneira. Atualmente eu abandono mesmo, não tenho pena! Basta o livro começar a me fazer pensar demais no meu vizinho pentelho que eu paro a leitura no meio e parto para o próximo. A fila anda!
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Conheço a sensação, tenho a mania de começar a ler um monte de livro ao mesmo tempo e acaba vários ficando pelo caminho.